sábado, 11 de dezembro de 2010

Jogos de Tabuleiro e Interação

 
 
     Há alguns anos, os jogos de tabuleiro faziam parte da diversão de toda criança. Hoje, a televisão e o videogame ocuparam boa parte do espaço antes destinado a eles.
     É verdade que os jogos de computador e videogame oferecem recursos que os de tabuleiro não oferecem. E que frequentemente podem ser mais envolventes do que eles.
     Mas há um aspecto dos jogos tradicionais que não foi substituído: a interação com os demais jogadores.
Interação com os demais jogadores significa diversão. Quando você joga um jogo de tabuleiro com os seus amigos, boa parte da farra está na interação. Um atacando o outro, o outro revidando, uma aliança com um terceiro, a gargalhada quando aquele que estava ganhando é passado para trás. Você assume um papel, uma postura, que não são os seus na vida cotidiana. Isso tudo além das brincadeiras, conversas paralelas, etc.
     Interação com os demais jogadores também significa bons momentos com a família. Muitos jogos de tabuleiro podem ser jogados por crianças mas também servem aos adultos. E não é sempre que uma família tem oportunidade de se reunir numa mesma atividade, passar bons momentos em conjunto.
     As relações humanas tornam-se cada vez mais raras. E todos sentem falta disso, ainda que não se dêem conta. Não deve ser sem motivo que nos Estados Unidos os jogos de tabuleiro tenham tidos nos últimos anos um crescimento de mercado bem maior do que os jogos de computador. E que na Europa a produção de jogos e a variedade de novos títulos seja realmente impressionante. Será que no Brasil passaremos por algo semelhante? É difícil dizer. Mas não há dúvida de que seria muito saudável se uma parte do tempo que hoje dedicamos à TV, ao videogame e ao computador fossem transferidos para atividades onde as relações humanas são privilegiadas, tais como os jogos de tabuleiro.

 
André Zatz

(jornalista e criador de jogos, é um dos sócios da SB Jogos)

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